quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Uma palafita / é o esqueleto / e o féretro / do seu arquiteto (Arnaldo Tobias)

Retiro da estante o 'Purgatório', romance regionalista de Paulo Dantas, de 1971, pelo Clube do Livro. O autor andou muito por estas terras, é (foi, dado que faleceu em 2007) membro da nossa atuante Academia de Letras (descobridor de Mauro Valle) e prestou serviços relevantes à cultura brasileira, inclusive como representante da UBE, a União Brasileira de Escritores. Foi apadrinhado de Monteiro Lobato pela sua semelhança física com um dos filhos do escritor, Guilherme, que morreu em Campos do Jordão (o outro filho de Lobato, Edgard, morreu da mesma doença do irmão, tuberculose, também enquanto o pai estava vivo, em Tremembé). A saga da valente família rural sergipana formada pelo patriarca Resmungo, mais Rosto Bonito, Sensitiva, Hortalino, Jeremias, Daniel, Teosófaro, Jove e Conceição no estertor da Guerra de Canudos é um livro admirável, com estilo claro e conciso, objetivo e cruelmente real. Há ainda muito a ler da obra de Paulo Dantas, que nos deixou em 2007.

Pedem-me um artigo sobre o atual momento da literatura vale-paraibana, e observam que o texto deve ser, preferencialmente, em tom ácido. Muito há a se "provocar" sobre o que é feito atualmente por aqui. Só acho notável que convidem um autor jordanense para falar sobre isto. Da mesma forma, também LAC me pede um texto para um seu novo projeto, e envio uma resenha sobre os Poemas do Não e da Noite, de Roldão Mendes Rosa, um dos livros da minha vida. Vida esta que segue, sob o ritmo imposto pelas palavras.  

O Araucária, últimos textos chegando: Veranópolis, Campinas, Piracicaba, Niterói.

Alexandre Barbosa, de Aparecida-SP, envia mais uma edição do seu impagável Lince.

Desta vez, não ofereci muita resistência. Saio candidato a vice-presidente da Academia de Campos do Jordão, em chapa única. Vou preparando minha colaboração à causa: ideias não hão de faltar.

Só sei conversar com livros. As pessoas, em geral, me exasperam. Segundo Oz, o melhor são livros com pessoas dentro.

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