Este é daqueles dias em que, contrariado, confuso e cansado (devo ter dosado mal as energias durante a semana), desejo somente silêncio e alguma leitura. Daqueles dias em que o desejo de me mudar me turva o raciocínio. Só hoje de manhã já morei em Recife, Maceió, Taubaté, Salvador e Ubatuba.
Dispus-me finalmente e reimprimir e enviar on certificado do ano passado ao venezuelano Carlos Rodríguez, que mora nos Estados Unidos. Via econômica, ainda vai um tempo até chegar. Pelo que me consta, a tradução do livro de Luana até hoje não chegou, lá no longínquo Piemonte.
Experimento novamente o apavoramento de me sentir ameaçado. O carro esporte preto, de vidros também escurecidos, todo cheio de adesivos, estaciona ao lado do meu, mantém o motor ligado e se demora, sem que eu consiga ver quem (ou quantos) há em seu interior. E se alguém está querendo dar cabo de mim pelo que eu disse ontem, no trabalho? EStou seguro que há criminosos infiltrados na companhia. Chego a sentir a pressão do cano do revólver encostando em minha têmpora. Diviso, no painel do carro, uma enorme Bíblia. O carro parte.
Pai, como é que é a morte?
Calligaris, na Ilustrada, fala de sua passagem pela Cidade do Panamá, no final do ano. que coincidiu com o retorno ao país do ex-ditador Noriega, que estava preso na França por corrpução, tráfico de drogas, envolvimento com crime organizado e lavagem de dinheiro. enfatiza toda a excitação e animosidade do povo panamenho com relação è presença de estrangeiros no país, neste momento de "lavagem de roupa suja dentro de casa". A propósito do novo ano, cita uma canção de Lucio Dalla, " L´ Anno Che Verrá". Encerra o texto com uma citação filosófica e psicanalítica (que é sua formação): 'há várias razões de não conseguirmos realizar nossos desejos; talvez a principal delas seja que, frequentemente, não estamos dispostos a pagar o preço que esses desejos exigem de nós'.
Preciso voltar a fazer trovas.
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