segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A arte de perder não é nenhum mistério; / Tantas coisas contêm em si o acidente / de perdê-las, que perder não é nada sério (Elizabeth Bishop)

Inicio a leitura de Objecto Quase, uma faceta de Saramago que eu não conhecia: a de contista. O primeiro texto, que trata da queda de uma cadeira levando junto o ditador que nela se apoiara, revela-se cansativo e prolixo (justamente uma característica da literatura de José que não me agrada). Já o segundo é espetacular: O Embargo. Um conto que Borges e Cortázar assinariam, tranquilamente. Uma obra relativamente curta, de cento e trinta páginas. E, nos intervalos, vou folheando Pedra Bonita.

Com o retorno das aulas dos meninos, voltamos a despertar mais cedo. Hoje flagramos uma manhã gelada, luminosa, empolgante: que dia lindo, o do décimo aniversário de Leonardo. A única lamentaçãozinha é que tal fato ocorra em um dia de semana, logo o primeiro de volta às aulas. É bom para que meu pequeno artista vá se acostumando com a implacabilidade do mundo diante de datas comemorativas e coisas sentimentais.

Este é meu outro filho amado, por quem eu me mutilaria agora, neste instante, se assim fosse exigido. Não é possível saber o significado do amor sem que se tenha filhos. Minha única prece, esta manhã, é que sua vida seja longa, e com o máximo possível de momentos de felicidade. A outra prece seria de agradecimento por estar vivo. Seria.

Rita Lee foi presa após um show em Aracaju por ter xingado um policial militar. Presa por desacato. Aos sessenta e quatro anos, Rita ganhou a minha simpatia, que se alia a uma quase-indiferença particular por sua obra.

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