terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Nossa única defesa contra a morte é o amor (José Saramago)

Horas de muito trabalho e atibulação, por conta de tirar todos os documentos exigidos para a solicitação de financiamento imobiliário no banco. Formulários preenchidos, fotocópias tiradas e firma reconhecida, entregar tudo hoje e aguardar o posicionamento dos donos do País, os banqueiros. No trabalho, acúmulo de relatórios, reuniões com clientes e conflitos a administrar. Os meninos em casa, em ócio e tediosos. O último final de semana caracterizou-se, entre outras coisas, pela ausência de futebol na TV. Só o Santos, na noite de sábado, estreando no Paulistão com um empate contra o XV de Piracicaba, fora de casa, em um resultado por sinal muito justo. Nada vi do Italiano, além de certificar-me dos resultados na manhã de segunda-feira.

A Polícia ainda não concluiu a desocupação do Pinheirinho, uma área três vezes maior que a do Vaticano. Causam comoção as inúmeras fotos registrando soldados fortemente armados (com escudos, armas de valioso porte, coturnos, capacetes) desfilando entre crianças descalças, idosos e mulheres grávidas ou empurrando carrinhos de bebê. Notável também o desconhecimento básico que muita gente tem de como funcionam as coisas no Estado: o Judiciário determina com base na lei, e Poder Executivo apenas cumpre. Mas, pensando bem, talvez resida aí o problema: a forma como o Estado executa. Aí misturam partido político com mandato, e é cada aberração que a gente é obrigado a ler...

Como já era de se esperar (tratou-se, na verdade, de uma certeza) a Veja não respondeu até agora por que não noticiou a morte de Daniel Piza. Quando leram o e-mail (se é que leram), devem ter comentado entredentes: melhor não responder... É assim o maior veículo de informação do País.

Novidade: Mario de Andrade foi convidado por Gustavo Capanema para trabalhar no Rio, e não aguentou sequer dois meses na então Capital Federal, retornando intempestivamente para São Paulo.

Tenho lido com bastante interesse o precioso livro de Rubem Alves. Ele já estabeleceu uma relação (para mim, até então, improvável) entre Guimarães Rosa e Nietzsche, aproximando-os diante da abordagem de ambos sobre sangue e palavra. Também une antropofagia e eucaristia, gastronomia, sabor e saber, arte, filosofia e, é claro, literatura. Muitas, muitas referências para os meus guardados. Heráclito e a impossibilidade de se entrar duas vezes no mesmo rio. Influenciado por ele, leio pequenos trechos do livro sobre a vida e a obra de Monet, e o momento em que ele diz a um fazendeiro que a luz que incide sobre um monte de feno o transforma em dois montes diferentes, ao amanhecer e ao entardecer. 'Uma vaca diria a Monet, se a ela fosse dado o dom da fala: 'um monte de feno pela manhã é o mesmo monte de feno ao entardecer. A minha fome o comprova. E para a minha fome a luz não existe'.

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