domingo, 15 de janeiro de 2012

Só existe uma coisa pior que a vontade de poder, é a ausência da vontade de poder (João Pereira Coutinho)

É uma alegria ler José Mauro de Vasconcelos.

Não é sempre que dá pra fugir. Não é sempre que o pedalinho ou o submarino estão à mão. Então, só me resta cavar.

Publiquei dois livros, e tenho sonhos novos todos os dias. Não se tratam de velhos sonhos renovados, tornados mais moços. São novos, mesmo, que a cada giornata me surgem vindos sabe-se lá de onde. Não tenha capacidade para criá-los: eis que aparecem, se instalam em mim, e de mim passam a fazer parte. E são grandes e pequenos, estreitos e largos, rasos e profundos, tênues e densos, e não os controlo -nem quando nascem, nem quando vivem e tampouco quando mortos, posto que desaparecem envoltos no mesmo silêncio de quando surgem, em mim e à volta. Quereria que não existissem. Quereria o contrário: escrever livros novos todos os dias, e sofrer apenas dois sonhos.

- Então o senhor não sente nada?
- Sinto, sim siô, desde minino.
- Diga.
- Vontade de viajá.
- Isso não é doença.
- Num é pruquê o siô nunca sintiu...





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