sábado, 25 de fevereiro de 2012

Como conhecer as coisas senão sendo-as? (Jorge de Lima)

Inspirado pela Folha, tasquei logo o artigo da prõxima edição do jornal. Dividi em três partes: o fato de que o número de concluintes do ensino superior estar baixando, apesar dos "esforços" do goberno; a sofrível posição do Brasil no teste que avalia a porcentagem bruta de habitantes con ensino superior (pouco mais de 30%, contra 59% do Chile e 63% do Uruguai; e a homenagem tardia a Vitor Cunha, o estudante carioca que intercedeu por um mendio que estava sendo agredido por um grupo, e acabou ele espancado e tendo que implantar sessenta e três pinos no rosto -um quase incógnito herói do nosso tempo. Como a próxima edição só deve sair dentro de umas três semanas, tudo indica que o texto vai sofrer alterações. Ou, dependendo do andamento das coisas, acabar nem saindo.

Fomos, eu e Bruno, a pé até Abernéssia comprar o jornal e doar livros no Mercado. Fiz mal, pois senti dores depois. No pé e na cabeça.

Corro a vista pelas estantes, e nenhuma leitura me estimula. Passados a Pedra Bonita, a Farsa da Boa Preguiça e a historinha do Kafka, penso em um autor latino. Ou Scliar, Verissimo, Cony, Nava, Jorge, Drummond...

Alguém me pergunta por que é que eu não falo sobre Jorge Amado ou Carlos Drummond de Andrade. "Porque eu vou falar de Ariano Suassuna". O da Compadecida? "Sim, e o da Pedra do Reino, do Santo e a Porca, do Casamento Suspeitoso...". Inesquecível a ocasião em que, da mesa de direção dos trabalhos na Academia, botaram o nome do homem de Ariano Sussuarana...

Jamais imaginei que em um caderno denominado Mercado, que raramente folheio por tratar de economia e finanças, encontraria uma crônica sobre as belezas da lua, a falar, entre outros mais populares, de Catulo da Paixão Cearense. O autor, Roberto Rodrigues, foi ministro da Economia sob a mão de Macunaíma e é professor de Economia Rural na UNESP, em Jaboticabal. Diferente, pode-se dizer.

Na Ilustrada, Clarice Lispector e Pedro Nava. E uma frase de um tal Hartley: "O passado é um país estrangeiro; lá, as coisas se fazem de modo diferente" Nada que me anime. Nem para ler o Baú de Ossos. O artigo de Drauzio Varella, "Superpopulação carcaerária", promete, para antes de dormir.

De Fernando Rodrigues, "A Erosão do Estado", sobre um caso de criação de empregos-fantasma (a vaga era de 'representante territorial de cultura') no governo estadual da Bahia, do PT: 'A novidade agora é a sem cerimônia de tentar dar um ar de legalidade a algo ignóbil. Essa deterioração do Estado tem sido constante e gradual. A volta do país à democracia civil em 1985 não conseguir por um freio nesse péssimo hábito. A chegada do PT ao poder central e em alguns Estados seria uma novidade. Não foi. O fracasso prossegue'.

Continuo sem conseguir me empolgar com o Santos. Hoje, seis a um na Ponte Preta. Mas não consigo mais me ver refletido naquela camisa branca hoje tão colorida de estampas de patrocínios.

Ruy Castro se recupera. Felizmente. 

Falando em Jorge de Lima, mandei um exemplar do livro para União dos Palmares.





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