segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Beijamo-nos e pensamos no dia em que deixaremos de nos beijar –sem reparar que o pensamento nos conduz de imediato a esse dia (Inês Pedrosa)

No shopping, em São José dos Campos, para que Simone (lindíssima, em um vestido florido, uma mulher vestida de sol cujas andanças não passam despercebidas por quem lhe cruza o caminho, digna de se entrar em uma canção de Valença) e os meninos assistam, no cinema, a Jornada nas Estrelas em 3D. Compreendem e aceitam, os três, minha opção em ficar de fora da sala e dentro de uma livraria tímida mas razoavelmente boa, onde adquiro por vinte reais o livro "A Trajetória De Um Canto - Patativa do Assaré", de Luiz Tadeu Feitosa, pela Coleção Ensaios Transversais, da Escrituras (2003). Marilei, minha prima do Mato Grosso, gosta muito de Patativa. Na livraria encontrei também os Poemas Coronários, de Cyro dos Anjos, de quem recentemente li o romance Abdias. Consta que essa coletânea de versos foi toda escrita durante um infarto sofrido pelo autor. Bom, terminei o grande Pedra Bonita, de Zé Lins, um livro digno de nota. Para quem, como eu, anda numa fase sertaneja danada, é uma obra e tanto, para ficar marcada na memória -posto que no coração já está. E hoje devo terminar a Farsa da Boa Preguiça, de Ariano, que já me fez rir muito enquanto esperava do lado de fora do cinema. Poucas coisas na vida dão mais prazer a um homem do que se esbaldar com aquilo que gosta. Por isso não condeno os alcoólatras, os que perdem fortunas no jogo, os religiosos fanáticos, os polígamos, os futebólatras. Certas coisas, no homem, não se controlam. E, como eu já havia dito outro dia na coluna do jornal, "vício é vívio".

Falando em coluna no jornal, continuo impressionado com o alcance desse troço. A todo instante me param para comentar o artigo. Até hoje ninguém me parou para contestar nada, mas prefiro recorrer à famosa  máxima de Nelson Rodrigues de que "toda unanimidade é burra". Burra, vá lá, pode ser exagero, mas que a contestação eleva as ideias, isso ninguém discute.

Alguém me pede para escrever no jornal sobre os cães abandonados pelas ruas da Cidade. Como diz Bruno: ah, vá...

De Belém do Pará, o pai de Bento manda notícias sobre os projetos pelos quais já paguei e até hoje nada vi. Algo como Cantos e Contos, ou algo assim. Manda as provas, que aprovo com apenas uma objeção. O nome do conto é "Rachel", e não "Raquel". Já quanto aos poemas, tutto a posto.

Fiz uma brincadeira com alguns nordestinos que trabalham na Empresa e que chegam aqui dizendo que são de Recife e Olinda. Ninguém vem do sertão da Paraíba ou do Piauí, ninguém da Bahia ou de Sergipe. É tudo do litoral, da capital, da "cidade". Pois sim. Qual o problema de se dizer que é de Catolé do Rocha, Piancó, Taperoá, Sousa? Teve uma aí que não gostou. Preconceito por preconceito, como diria Mildes... 


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