terça-feira, 27 de março de 2012

Só escrevo porque escrever me ajuda a pensar (Macedônio Fernandez)

Ronda aos postos e, de quebra, um monte de pinhões. Não fica bem um diretor ficar recolhendo pinhões nos postos de serviço da empresa, mas nada me impede de fazer isto na via pública –ainda mais se for uma viazinha escondida de todo mundo, onde passa um carro a cada quinze minutos. Entre uma e outra vistoria, paro, fotografo, escrevo, leio, atento para o silêncio  –que, como já disse Mia Couto, se constitui na “língua de Deus”.
Não é a planta dos meus pés que se gasta; é a terra que a golpeia.  Não são os sulcos do meu rosto que marcam a passagem dos anos; antes, é o próprio tempo que envelhece. Não é o meu espírito que se acovarda; é a prudência neonata que o detém. Não são os meus olhos que se tornaram indiferentes ao luto; é o mundo que vai perdendo, a cada dia, parte do seu encanto.

Existe no Brasil uma escritora chamada Tatiana Alves Soares Caldas. Professora. Autora de um livro chamado Harpoesia, que publiquei no NPB através de meia dúzia de poemas. Venceu o primeiro Araucária, categoria Contos, com 'Do Limbo', um texto até mesmo chorável. Pois bem. Se o Prêmio Araucária deixar de existir, a culpa vai ser dela, que também é especialista em Agustina Bessa Luís, a da Sibila, e manja muito de Gumarães Rosa, a ponto de escrever sobre ele em revistas especializadas de circúlação nacional. Repito: se o Prêmio Araucária acabar, a culpa vai ser dela, e dos textos belíssimos que ela escreve. Sorte que o julgamento não cabe a mim. LAC vai ter que se virar por lá, porque por mim eu já entregava a ela o primeiro, o segundo e o terceiro lugares em ambas as categorias. Quem vem logo depois dela está muito bem colocado. Tatiana devia parar de participar desse tipo de evento, para poder dar espaço para os demais...

A ideia de criar o Projeto Fala, Escritor! vai deixando de existir por conta da rusga com o Diretor da Biblioteca. Uma pena, ter que recorrer ao rompimento.

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