quarta-feira, 7 de março de 2012

Muitas vezes descubro que estou apenas citando algo que li tempos atrás, e isto se torna uma redescoberta. Melhor seria, talvez, se os poetas fossem anônimos (Jorge Luis Borges)

Aos poucos, retomo a rotina desta que é a minha casa, com minha luta, meus sonhos, meus desejos, frustrações, medo e esperanças. Semana pesada, todos estamos cansados. Trabalho acumulado.

Enviei há pouco os poemas pedidos por Malosti para o Varal do Dia da Mulher. Mandei os de dona Zefinha e os de Simone. Para a abertura da Exposição amanhã, às 19h, no Museu, levarei Cora Coralina.

O pessoal me cumprimenta pelo livro novo. Com atraso.

Praticamente concluída minha tarefa de montar os paineis, recolher os poemas e avisar os participantes da Exposição do dia 12/03.

Divulgando a palestra sobre Ariano nas escolas, em conjunto com o Regulamento e o convite para a Exposição.

Canseira, seu.

Contardo Calligaris, via mail: "Caro Amico Benilson ti Scrivo cosí mi distraggo un po'. Dalla é uma longa história que acabou, olhe só, num dia em que, em Porto Alegre, alguém me assaltou e foi embora com meu carro (isso era sem relevância, eu tinha seguro) e, dentro do carro, todos meus CDs italianos, inclusive os de Dalla. Será que ele acabou mesmo escutando? Enfim, um abraço um pouco enlutado, Contardo". 
Minha resposta: "Contardo, magari o ladrão tenha ouvido ao menos uma daquelas canções de Dalla. Bom, a história de Porto Alegre é bem menos interessante que aquela que você contou sobre o episódio havido em Rimini, seu retorno para casa, o pai na penumbra, a estante dos livros de Poesia e a mágoa sobre o que haviam dito na reunião: é morto PPPP! Indimenticabile, quell' articolo. Complimenti. Ti ringrazio per la risposta e ti saluto -come fanno i marinai...". Eis talvez porque, contrariando Daniel Piza, eu me ufano.

Furini, sobre Sandálias Paternas, publicado no jornal Indústria e Comércio de Curitiba: 

Resgatando as lembranças

Recebi o livro de poemas SANDÁLIAS PATERNAS do poeta paulista Benilson Toniolo, editado pela Casa do Novo Autor. Toniolo é membro da Academia de Letras de Campos do Jordão e criador do Prêmio Araucária de Literatura. Ele é poeta, contista, cronista e tradutor, premiado em inúmeros certames no Brasil e no exterior.
Sandálias Paternas, segundo o próprio autor, é uma obra para ser lida com a alma. Em cada uma das páginas surge uma lembrança: vemos o pai trabalhando, a avó alagoana, a avó Zefinha e sua colcha de retalhos, a mãe, o pai “que colhia morangos sob o Sol”, ao ficar doente “olha da parede com seus olhos cadeados e mãos a ignorar infinitos”, a morte do pai, a casa, o vento, “o frio percorrendo do tornozelo ao topo da espinha”. Benilson Toniolo vai recontando, tecendo com trama poética a sua própria história.
Na continuação podemos ler Outros Poemas. No final, como um bom vinho, surpreende-nos com uma belíssima descrição de Santos. Um poema para perdurar na memória, pois a cidade do litoral paulista é descrita com traços fortes e estéticos:
Esta parede esverdeada de colinas, que se debruça sobre os casebres.
Estes casebres que se debruçam sobre o oceano
- um oceano inteiro de memórias –
Este odor marinho impregnado na minha alma menina,
Estes barcos ancorados que carrego comigo,
Estas escadarias submersas
Esta areia rude e escura,
Estas pedras submersas desde sempre
Os prédios da Estação de Praticagem
(…)
Cargueiros abarrotados de comércio
E canoas em busca de sardinha.

Os poemas de Benilson têm profundidade e um olhar que avança e nos contagia. Aparentemente simples, esses versos nos levam por caminhos inesperados. Há versos belíssimos que nos surpreendem. Benilson Toniolo tem o dom de expressar suas visões de maneira clara e elegante, de descrever paisagens e sentimentos com força e vitalidade.
A capa de “Sandálias Paternas e Outros Poemas” traz uma fotografia velha e desbotada, mas como contraponto, os poemas de Benilson são nítidos, bem elaborados e confabulam com o leitor para relembrar a própria história. Um belo trabalho de interiorização."

Senza parole.

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