quinta-feira, 15 de março de 2012

Os dias são todos iguais, as horas é que não, quando os dias chegam ao fim têm sempre as vinte e quatro horas completas, mesmo quando elas não tiveram nada dentro (José Saramago)

O dia começou com dois convites: sócio-correspondente da Academia Bauruense de Letras e retornar ao rol de membros da União Brasileira de Escritores. Na verdade, sempre usei o nome desta entidade quando de minha apresentação literária, nunca me senti excluído, mesmo após ter sido destratado pela funcionária da Tesouraria. Agora, com a ideia de implementação de um núcleo no Vale do Paaraíba, mais precisamente em Taubaté, e no momento em que a carreira parece ganhar novas dimensões, não deixa de ser interessante uma reaproximação com a entidade que representa os escritores no Brasil. Já a de Bauru, é sempre uma alegria conhecer uma nova cidade, ainda mais a convite de ninguém menos que meu caro professor e amigo José Carlos Mendes Brandão. 

Ainda que eu tenha demorado alguns dias para assistir ao funeral de Dalla, um pouco por acúmulo de trabalho e outras para deixas baixar a "poeira sentimental", o fato é que a polêmica em torno da sexualidade do artista me aguçou a curiosidade. O pranto convulso do ator e poeta Marco Alemanno, ao recitar o poema-canção 'Le Rondini' durante a cerimônia fúnebre deixa muito claro que é grande a possibilidade de que ambos, ele e Lucio, terem sido companheiros, sendo portanto Marco o viúvo, que foi mais ou menos o que ele deu a entender. A questão é: e daí se Lucio Dalla era homossexual? Esta condição em nada muda a beleza de suas palavras e canções. Um homem sensível e um artista extremamente lúcido, dotado de uma imensa capacidade criativa. Ainda que parte do 'escândalo' se deva à pressão maciça exercida pela presença da igreja católica sobre a sociedade e o governo, a preferência sexual do falecido é absolutamente irrelevante diante da perda insuperável que sua morte representa. E é também uma excelente oportunidade para que a Itália reveja com urgência a forma com que trata seus cidadãos, sejam eles homossexuais ou não. Grazie again, Lucio Dalla, poeta e homem de bem.

Há algo que faz o dia de hoje ser melhor que o de ontem.

Há muitos anos não assistia a um jogo de tênis na TV. Ontem, parei para ver o segundo e terceiro sets do confronto entre Federer e o brasileiro Bellucci, pelo torneio de Indian Wells. E, ainda que tenha demorado um pouco mais do que o previsto para "me achar" dentro do jogo, gostei. O brasileiro mostrou-se muitíssimo bem preparado e jogou de igual para igual com o lendário suíço, que venceu por dois a um com uma dificuldade, a meu ver, acima da média. No final, Federer é Federer. Foi bom...




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